[NOTÍCIA] AMIGOS DA FERROVIA MANTÊM VIVA A HISTÓRIA DOS TRILHOS NO SUL DO ESPÍRITO SANTO

Um grupo de voluntários vem se dedicando, desde 2020, a preservar a memória ferroviária no sul do Espírito Santo. Chamados de Amigos da Ferrovia, eles se uniram para proteger o legado deixado pelos trilhos, estações e locomotivas que marcaram a história de municípios como Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua e Vargem Alta. O movimento nasceu da preocupação com o abandono, os furtos e a deterioração natural dessas estruturas, que fazem parte da identidade local.

HERANÇA FAMILIAR E MEMÓRIA AFETIVA

A inspiração do projeto também tem forte ligação pessoal. Um dos criadores, Raphael P. Santuchi, é neto de Lucilo Santuchi, ferroviário que trabalhou por mais de três décadas em estradas de ferro como a Leopoldina e a Rede Ferroviária Federal. Para ele e para os demais voluntários, preservar esses vestígios significa manter viva a memória de gerações que contribuíram para o desenvolvimento econômico e social da região.

COMO ATUAM OS VOLUNTÁRIOS

O trabalho realizado pelo grupo envolve:

Limpeza e manutenção de trechos abandonados;
Recuperação de pequenos elementos históricos, como placas, ferramentas e estruturas;
Mapeamento e registro de pontos de interesse ferroviário.

Apesar do esforço, os integrantes enfrentam obstáculos como falta de recursos financeiros, burocracia para intervir em áreas públicas e o constante risco de furtos de materiais, que já resultaram no desaparecimento de trilhos e até de antigas caixas d’água.

DESAFIOS E MOBILIZAÇÃO

A principal dificuldade está em manter o trabalho de forma contínua. Sem apoio fixo, a iniciativa depende do engajamento comunitário, de doações e do diálogo com as prefeituras. Outro ponto delicado é a conscientização: muitos moradores ainda veem os antigos ramais como ruínas sem valor histórico, quando, na verdade, representam parte fundamental do patrimônio cultural da região.

RESULTADOS E PERSPECTIVAS

Em 2023, os Amigos da Ferrovia passaram a integrar o Grupo Nacional de Preservação Ferroviária (GNPF), ampliando a visibilidade da causa e possibilitando maior troca de experiências com voluntários de outros estados. A expectativa é que, no futuro, áreas revitalizadas possam se transformar em espaços de turismo histórico e cultural, fortalecendo o vínculo da comunidade com sua própria história.

Fonte da informação e imagem: Site Dia a Dia ES